Descrição
“A mais universal de todas as línguas — a musical — bem que poderia ser eleita como o idioma oficial de Itaporanga. Se assim acontecesse, a cidade poderia se transformar, em pouco tempo, na primeira a erradicar de vez o analfabetismo, que passaria a ser apenas uma cicatriz na história.Pode parecer exagero, mas o texto acima retrata bem a vocação natural dos filhos de Itaporanga para a música. Há quem diga, inclusive, que os itaporanguenses não são vocacionados, mas predestinados para a linguagem musical. É uma das poucas cidades onde a música é disciplina obrigatória, onde quase metade dos habitantes sabe tocar algum instrumento.
A música, que empiricamente sempre fez parte da vida de cada itaporanguense precisava ganhar técnicas e novos rumos, profissionalização e perfeição. Foi aí que surgiu o Padre José Sinfrônio de Assis — musicófilo assumido — criando o Instituto de Cultura Musical, rebatizado antes da implantação para Filarmônica “Cônego Manuel Firmino”, que este ano faz suas bodas de prata sem qualquer paralisação. Com a técnica e harmonia ensinadas pelo sargento Severino, maestro-fundador, não demorou para que Itaporanga despontasse como celeiro de músicos de renome internacional.
Foi vagueando sobre essa “Meca musical” que acendeu a luz em Zé Badú — ideia aceita de pronto pelo Grupo Jardim de Infância, do qual faço parte e que tem se transformado numa espécie de braço cultural da ASFITA — para que fizesse uma coletânea de músicos de Itaporanga, dos vários gêneros e estilos musicais, numa miscelânea de épocas e valores.”