Em meio à era do streaming, João Pessoa se torna uma plataforma para mídias físicas ganhando mais um espaço de vendas. A loja Estilhaços Discos abriu no começo do mês, promovendo o encontro de gerações que buscam resgatar uma nostalgia provocada pelos CDs, vinis, DVDs e livros de música, resultando no trio de estabelecimentos, formado também pelo Música Urbana e Óliver Discos.
O casal Victor Duarte e Laura Medeiros tem formação em Direito, mas não atua na área. Eles decidiram abrir o estabelecimento a partir de um sonho de Victor, que sempre pensou em ter uma loja de discos.
“Eu tenho uma coleção de LPs e, em uma viagem para Recife, vimos algumas lojas do ramo e pensei que abrir uma loja caberia no orçamento”, explica Victor.
“O mercado está voltando a crescer porque promove uma experiência nostálgica de pegar no disco, de parar para ouvi-lo”.
Na loja é possível encontrar desde parte da ex-coleção do dono, que está se desfazendo de algumas relíquias, até estantes alimentadas por fornecedores.
“Escolher, pegar o disco, abrir a capa, olhar a ficha, ver as músicas, colocar para tocar e ficar curtindo o som, parar um tempo do dia para se dedicar a ouvir a música é um momento de paz”, enumera Victor, que também é adepto do streaming.
“Também saio para trabalhar ouvindo a playlist das plataformas. Acredito que fazer as atividades do dia ouvindo música também é uma experiência válida, mas é algo diferente e acredito que seja possível ser adepto aos dois momentos”.
Na inauguração, no dia 1º, já tinha colecionadores e amantes da música esperando na porta, segundo o proprietário. “Tinha um pessoal no nosso Instagram (@estilhacosdiscos) interessado nos serviços”, completa.
“Assim que abrimos, já recebemos clientes que levaram discos para casa. Também temos um espaço para café, para tomar uma cerveja, comer um salgado e testar algum disco que queira ouvir”. Victor Duarte, que também é cliente de Óliver Discos e da Música Urbana, reflete: “Não existe um único perfil de consumidor. Tem o pessoal que curte mais música clássica, tem quem compre apenas disco novo, lacrado. Tem gente que não chegou a vivenciar o auge dos LPs e está se interessando agora, tem também quem colecionava antes e agora está voltando a comprar”.
Sobre frequentar as outras lojas pessoenses de discos, ele conta que sua relação é de consumidor. “Eu me sinto honrado em fazer parte disso, porque eles fazem parte da história da música da Paraíba. Acredito que sejamos um suporte uns para os outros, e caso não tenha algo aqui eu recomendo as outras possibilidades”.